domingo, 4 de novembro de 2007

A Copa do Mundo é Nossa

Tenho tudo para estar feliz com a escolha do Brasil para ser o país sede da Copa do Mundo de 2014. E, para sua comodidade, relaciono os motivos:

1. Devo estar vivo até lá. Não garanto o estado, mas as probabilidades de conseguir ir a um jogo são boas.
2. Gosto de futebol. Menos do que já gostei, mas ainda o suficiente para me empolgar com um jogo de seleção brasileira, que, ultimamente, tem feito de tudo para minar minha paixão pela bola. A Seleção ainda tem sete anos para me desestimular, mas acho que a paixão agüenta até lá.
3. O Brasil mostrou, no Pan, que, pelo menos aos olhos do mundo, é capaz de organizar um evento esportivo internacional. Os turistas gostaram, os atletas gostaram, a Globo gostou e até a Istoé e a Veja gostaram. Quem não gostou muito foram as emissoras de esporte de canais a cabo,que tiveram problemas de infraestrutura para a transmissão, mas o que esse povo entende de esporte, não é mesmo?
4. Trata-se de uma oportunidade para investimento em infra-estrutura. Não só esportiva, mas saúde, segurança e transporte devem receber investimentos que estavam há muito adiados.
Só uma coisa me impede de vibrar com a história toda: será mais uma oportunidade para roubo, superfaturamento, concessão de privilégios, orgias mercadológicas (e de outros tipos, mais tradicionais – mas em relação a essas, a única coisa contra é que não me convidam) e safadezas outras.
Citei mais de um item, mas trata-se de uma coisa só: a safadeza do brasileiro que está no poder: do presidente ao empresário, passando pelo traficante, somos um país administrado por pessoas mais interessadas em se aproveitar de uma oportunidade do que oferecer a oportunidade para todos. Se precisamos de uma Copa do Mundo para que haja investimentos em áreas prioritárias, que seja. Mas é muito difícil ficar feliz com isso.

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