sexta-feira, 6 de março de 2009

Who Watches the Watchmen?

Quem vigia os vigilantes? Eu, oras bolas!

Ao assistir a Watchmen ontem no meio da tarde me senti um pouco como uma criança pega com a mão dentro do pote de balas. Afinal, ainda não vi nenhum dos grandes filmes do Oscar (e nem os pequenos), pois o tempo anda escasso. Mas, na primeira oportunidade que tenho de ir ao cinema abandono todos os medalhões e vou feliz da vida assistir a um filme que eu nem achava que seria bom – mas era o Watchmen!

Pra quem não conhece, Watchmen é uma criação do inglês barbudo com cara de adorador do demônio Alan Moore e do desenhista Dave Gibbons, um dos traços mais originais da década de oitenta. O quadrinho é revolucionário e, possivelmente, entre os dez melhores de todos os tempos. Já o filme...

O filme é bom e, ao contrário do que os traillers me fizeram pensar, é também bastante fiel à obra original, mas a história de Watchmen pertence à década de oitenta. Watchmen já foi imitado em quase todo o tipo de mídia que se possa imaginar e inspirou todo tipo de filme, de Forest Gump a Pulp Fiction (preste atenção aos detalhes...). Watchmen definiu como veríamos os super-heróis nas próximas décadas: mais humanos, falhos, violentos e, obviamente, meio pirados, pois ninguém que põe uma roupa colante e sai por aí batendo nos outros pode ser considerado normal. Por isso, ao assistir ao filme agora, deslocado de seu lugar na história (e depois de vermos inúmeras das idéias originais revisitadas em outras mídias), o filme não parece nem inovador, nem revolucionário – apenas divertido.

Serve. O filme poderia ter ficado uma porcaria, então divertido serve. O diretor ainda tentou ousar em uma ou outra cena e conseguiu reforçar a ironia do texto com uma trilha sonora inspiradíssima. E o final ainda conseguiu surpreender muita gente. E quer saber? A crítica ao sonho americano ainda é absolutamente atual. No fim, o Dr. Manhattan está provavelmente certo quando diz que o tempo é irrelevante. A história de Watchmen é eterna, assim como é eterno o meu prazer juvenil com ela.

Agora, se me dão licença, tem um livro de 5 quilos sobre a minha estante (é uma boa estante) intitulado Absolute Watchmen que exigirá minha completa e total atenção pelos próximos dias.

Um comentário:

  1. Zinho,
    Gostei muito do teu blog, uma bela surpreza. Keep up the good work!
    Nada melhor, então, do que deixar a primeira mensagem no posto do Watchmen, que também já li e vi.
    Acertaste em cheio no teu comentário. Adicionaria apenas o seguinte: (1) o Zack Snyder acertou em cheio na cena inicial com a luta, em todos os sentidos; (2) ele foi perfeito, também, no trecho com as memórias de Manhattan; (3) mas não conseguiu captar a alma da cena entre Manhattan e Silk Spectre em Marte; (4) e, pior, omitiu o diálogo final entre Manhattan e Veidt, no qual o último chega a conclusão que, homem mais inteligente do mundo ou não, pode ter feito tudo aquilo por nada, passando de salvador da pátria a mero mass-murderer. Apesar dos deslizes, o filme é muito bom. Sem eles (os deslizes), Snyder teria feito o impossível: queimado a língua de Alan Moore. Mas, fazer o quê? O barbudo é praticamente um feiticeiro. Abraço!

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