quinta-feira, 5 de junho de 2008

O velho Indiana

Pediram-me para fazer uma crônica sobre o novo filme do Indiana Jones. Como não vi o filme ainda e não sou de recusar pedidos, vou falar sobre os velhos.

O primeiro filme, Caçadores da Arca Perdida, assisti depois de ter visto o segundo, no saudoso videocassete (daqui a alguns dias, a palavra sai do dicionário). Claro que me diverti muito. A cena inicial é antológica, o take do doido da espada é fenomenal e nem o nazista derretendo, nem o Indiana Jones pendurado no submarino conseguem te tirar do clima do filme – especialmente se você tem catorze anos de idade.

Mas o segundo filme foi quem me vendeu o herói. Assisti com o meu pai, no saudoso cine Atlântida (estou começando a perceber um padrão aqui). E foi uma experiência tão marcante que lembro em detalhes até hoje – até do lugar onde sentei no cinema. E da conversa que tive com meu pai:

— Eca! Sorvete de cérebro de macaco! Que nojo!

— Eu comeria – respondeu o meu pai, provocador e cínico como sempre.

— Comia nada! E aquela caverna cheia de insetos! Será que era tudo de verdade?

— Claro que era! Mas eram todos insetos treinados. Eles não mordem os atores.

— Insetos treinados? Uau.

— Foi a primeira vez na história do cinema que insetos foram treinados com sucesso.

— É impressionante.

Meu pai sorriu. Eu desconfiava que ele estivesse brincando, mas me recusava a sair do clima de fantasia que o filme tinha deixado. Insetos treinados! Fenomenal!

Já o terceiro filme, foi uma experiência traumática. Combinei com minha namorada da gente se encontrar na porta do cinema e ela chegou atrasada. Quando entramos, o filme já estava na cena dos ratos.

Chegar atrasada! No filme do Indiana Jones! Terminamos uma ou duas semanas depois.

Mas o Sean Connery como pai do Indiana compensou. Estava explicado – o filho do James Bond tem mais é que ser aventureiro mesmo.

É claro que minha experiência com o Indiana Jones não parou por aí. Vi a série (meh), li os quadrinhos (bons) e fui ao show da MGM ("an exploding car never gets old", para parafrasear o próprio Indiana).

Espero que esse último filme não repita o fiasco que foram os novos Star Wars, que ainda reste alguma ousadia nas mangas de Spielberg e de Lucas. Vamos ver.

Ah, sim. Meu diálogo preferido:

Willie Scott: You're gonna get killed chasing after your damn fortune and glory!
Indiana Jones: Maybe. But not today.

3 comentários:

  1. Ainda quero uma cronica sobre o novo Indiana Jones. E que preconceito é esse de chamar o Harison Ford de velho??? Eu gosto mais de terceiro filme, nao somente pelo Sena Connery, mas gostei mais da historia tambem. Mas adorei a cronica porque falou do meu tio! Que saudade! Fiquei imaginando ele te falando sobre insetos treinados... Isso é a cara dele!

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  2. Sena Connery ou Ayrton Sean?
    SEAN SEAN!!! Ou seria uma CENA do filme, com S?
    Escreveu nao leu...

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  3. O quarto filme não conseguiu ser melhor que os 3 anteriores, mas cumpriu a promessa de divertir ao velho estilo Indiana Jones. Mas mesmo assim, já fui assistir 2 vezes, hehe. Pra mim, não decepcionou como "Star Wars".

    E Spielberg já afirmou que Sean Connery num filme do Indy realizou seu antigo sonho de filmar um "James Bond"...

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