segunda-feira, 2 de janeiro de 2006

Pautas (para não dizer outra coisa)

Ano-novo, vida-nova, felicidades, sucesso, realizações, etc. Mas vamos trabalhar que o Ninguém Perguntou não vai se escrever sozinho.
A escolha do primeiro tema do ano é delicada e, sem dúvida, não faltam opções. Podemos olhar para o passado ou para o futuro, retrospectivas e previsões, essas coisas.
Mas o que quero mesmo é me livrar de algumas notícias que sobraram do ano passado que ainda estão na minha cabeça.
Por exemplo, o pinto do Super-homem. A preocupação da produtora de disfarçar com efeito especial o tamanho do pinto do ator que interpretará o Super garantiu justamente o que eles não queriam – quando o filme for lançado, todos os olhos estarão voltados para a sunga do sujeito. Que, coitado, além de bonitão, rico e sortudo (por ter descolado um dos papéis mais desejados do ano), ainda vai ficar com fama de ter o pau grande. O mundo é muito injusto.
Outra tendência do fim do ano foram as putas em pauta. Primeiro, com a notícia sensacional da criação da Daspu, uma grife carioca que vai criar modelos inspirados nas roupas de trabalho das “meninas”. Genial. Já tem alguma coisa para vender na Internet e tomara que seja um sucesso. Se eu fosse mulher, compraria.
Depois, veio o sucesso de vendas O Veneno do Escorpião, diário da garota de programa Bruna Surfistinha. Não vai ganhar nenhum Nobel da literatura, mas achei uma porrada na hipocrisia da sociedade, impressionante e ilustrativo.
Impressionante a disposição da menina para o sexo e a inocência (não me ocorre outra palavra) da sua narrativa. E algumas experiências que ela conta são gráficas o suficiente para tirar o sono. Pra vocês terem uma idéia, não posso ver uma luva cirúrgica que saio correndo do recinto, sem olhar para trás.
E chega de hipocrisia né, gente? Não é a toa que a prostituição é a profissão mais antiga do mundo - o produto tem saída. Ou você acha que ainda haveria tanta prostituição no mundo se ninguém estivesse interessado?
Parabéns a Bruna Surfistinha pela honestidade e pela disposição e às garotas da Daspu, pela ousadia e criatividade. Tomara que essa mulherada tome conta do país em 2006. Sacanagem por sacanagem, sou mais elas do que qualquer políticozinho (olha o trocadilho!).
E nada como romper o ano (adorei essa expressão) falando besteira e comendo chocolate. E já que o chocolate acabou...

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